Vacina pentavalente e poliomielite: saiba mais sobre as imunizações

A poliomielite é uma doença de característica infectocontagiosa viral aguda. É conhecida popularmente como “paralisia infantil”, justamente pelo fator de acarretar um quadro de paralisia flácida, de início súbito.

Essa doença acomete, em geral, membros inferiores, de maneira desigual. A principal característica da enfermidade é a flacidez muscular, tendo a sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.

Principais sintomas da poliomielite

A infecção é ocasionada pelo “polivírus” e, geralmente, não causa sintomas. Quando surgem, apresentam variedades, o que permite que essa doença seja classificada em paralítica e não paralítica, de acordo com os sintomas apresentados:

Poliomielite paralítica

São poucos os casos nos quais o indivíduo desenvolve a forma grave e paralítica da poliomielite. Nesse cenário, são destruídos os neurônios do sistema nervoso, causando paralisia em um dos membros, com perda da força e dos reflexos.

Há ainda situações mais raras. Nesses quadros a doença compromete grande parte do sistema nervoso da criança, podendo haver perda da coordenação motora, dificuldade para deglutir, paralisia respiratória, o que pode até levar à morte.

Poliomielite não paralítica

  • Dor de cabeça e nas costas;
  • Dor ou rigidez nos braços ou nas pernas;
  • Febre baixa;
  • Fraqueza muscular;
  • Garganta inflamada;
  • Mal-estar geral;
  • Prisão de ventre;
  • Vômito e náuseas.

Vacina contra a poliomielite

A vacina contra a poliomielite é também conhecida de duas formas: VIP ou VOP. A diferença entre as duas, basicamente, é determinada pela maneira que a vacinação é aplicada no indivíduo. A primeira é administrada por meio de injeção e, a segunda, via oral. A imunização protege as crianças contra três tipos de vírus que ocasionam a doença.

Segundo recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), para que o indivíduo possa obter proteção garantida contra a doença, é necessário que sejam aplicadas cinco doses no paciente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha, ainda, que as três primeiras sejam aplicadas por injeção (VIP) no músculo da coxa do bebê e, as duas restantes podem ser realizadas por injeção ou gotinhas orais (VOP).

Portanto, de acordo com essas recomendações, o calendário de vacinação fica dessa maneira:

  • 2 meses (1ª dose): aplicação da vacina através de injeção (VIP);
  • 4 meses (2ª dose): aplicação da vacina através de injeção (VIP);
  • 6 meses (3ª dose): aplicação da vacina através de injeção (VIP);
  • 15 meses (1º reforço): aplicação da vacina com duas gotas na boca do bebê (VOP);
  • 4 anos (2º reforço): aplicação da vacina com duas gotas na boca da criança (VOP).

Como dito acima, as doses de reforço, aos 15 meses e quatro anos de idade podem ser aplicadas também através da injeção. É importante ressaltar que todas as crianças até cinco anos de idade devem participar das campanhas de vacinação contra a poliomielite. Os pais devem levar a caderneta de imunização para que sejam registradas as vacinas que foram administradas.

Como deve ser o preparo para tomar a vacina da poliomielite?

Para que seja aplicada a injeção (VIP) não é necessário nenhum procedimento especial, porém, se a imunização aplicada for via oral (VOP) é recomendado que seja interrompido o aleitamento materno até 1h antes, para que seja evitado o risco da criança golfar. Caso o bebê vomite ou golfe após a vacina, é necessária a aplicação de uma nova imunização, para que a proteção da criança seja garantida.

Veja as contraindicações da vacina da poliomielite

A imunização contra a poliomielite ou paralisia infantil não é recomendada em crianças que possuem o sistema imunológico enfraquecido, causado por doenças como a AIDS e o câncer. Também não deve ser administrada após transplante de órgãos, por exemplo.

Em situações assim, é preciso que os pais levem a criança primeiro ao pediatra, e caso o profissional indique a imunização contra a poliomielite, é preciso que a vacina seja realizada em Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais.

Outro fator a ser levado em consideração é: se a criança apresentar sintomas como vômitos ou diarreia, não deve ser vacinada, pois a absorção da vacina pode não ocorrer. Nesse caso, a imunização deve ser adiada.

Possíveis efeitos colaterais da vacina contra a poliomielite

São raros os casos nos quais a vacina apresenta efeitos colaterais no indivíduo imunizado, no entanto, há casos em que a criança pode apresentar febre, mal-estar, diarreia e dor de cabeça. Caso a criança comece a apresentar os sintomas de paralisia, o que é extremamente incomum, os pais devem dirigir-se a um hospital o mais rápido possível.

Vacina pentavalente

A vacina pentavalente é uma imunização combinada que apresenta em sua substância também a proteção contra a poliomielite. Além disso, a administração previne contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, meningite e infecções por HiB.

Ela foi desenvolvida justamente para diminuir a quantidade de injeções nas crianças em um mesmo momento. Afinal, no primeiro ano de vida, os bebês recebem imunizações que previnem contra doenças como sarampo, rubéola, difteria, coqueluche, hepatite B, pneumonias, meningite, rotavírus, poliomielite, entre outras.

Doses recomendadas da vacina, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm):

  • 2 meses – 1ª dose da vacina;
  • 4 meses – 2ª dose da vacina;
  • 6 meses – 3ª dose da vacina.

Contraindicações da vacina pentavalente

  • A vacina não deve ser administrada em crianças com quadro neurológico em atividade;
  • Crianças que possuem hipersensibilidade conhecida a qualquer componente presente na vacina não devem ser imunizadas;
  • Crianças que apresentaram, após aplicação de uma das doses, os seguintes quadros: febre elevada dentro de 48h após a vacinação, convulsões em até 72h após administração da vacina, colapso circulatório e encefalopatia;
  • Mulheres grávidas só podem vacinar-se caso estejam sob risco de exposição de alguma doença.